Novas explicações encontradas
por cientistas podem fazer com que conheçamos melhor o nosso corpo e nossas
origens.
Por Raisa Guerra
Há pouco tempo, uma
notícia causou grande furor no mundo científico. Aparentemente, os
pesquisadores do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear)
conseguiram “encontrar” o chamado Bóson de
Higgs — ou a “partícula de Deus”, que seria
a origem de toda matéria existente no universo. O anúncio de tal descoberta
esteve entre as principais notícias do mês, gerando polêmica e grande interesse
de várias pessoas de diferentes países.
Além do Bóson de
Higgs, outras pesquisas científicas também ganharam notoriedade e admiração por
apresentarem resultados surpreendentes. Entre elas está a possível descoberta
de água
líquida em Marte pela NASA, assim como a provável detecção
da matéria escura — que é responsável pela gravidade
que mantém as galáxias unidas, sendo um dos grandes mistérios da Física.
Mas quais seriam as
outras descobertas recentes que, apesar de não terem recebido um grande espaço
na mídia, são igualmente importantes? O Tecmundo listou algumas das pesquisas
mais interessantes dos últimos tempos que, além de responderem a diversas
questões formidáveis, também podem mudar a ciência como a conhecemos.
1 – O DNA dos
neandertais sobrevive em nossos genes
Os neandertais continuam entre nós. (Fonte da
imagem: Reprodução/Wired)
Um estudo genético apresentado
há dois anos comprovou que nossos ancestrais Homo sapienscruzaram com neandertais e
que, por isso, estes últimos sobrevivem até hoje no DNA dos humanos. Os testes
ainda apontaram que a maioria das pessoas que não são de ascendência africana
(como europeus e asiáticos) possuem até 4% de DNA vindo de uma origem
neandertal.
Além disso, o estudo apresentou que não seriam apenas os neandertais a
viverem em nós — também foram descobertos resquícios genéticos dos denisovans,
os “primos” dos neandertais. Tal descoberta também foi importante por nos
mostrar que o Homo sapiens não seria o produto
de uma linhagem pura e longa, mas uma mistura hominídea.
2 – Desvendando a
“matéria escura” do nosso corpo
O RNA era visto
como uma “matéria escura” do DNA, pois a complexidade de seu papel como
“mensageiro” em levar, na forma de genes, as instruções necessárias para a
produção de proteínas ainda era um mistério para a ciência.
No entanto,
aparentemente, uma “luz” caiu sobre essa questão — já que os cientistas
acreditam terem compreendido melhor o papel do RNA como uma peça com grande influência
na forma que os genomas operam em nosso organismo.
mostra a diferença estrutural entre o
RNA e o DNA (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Além disso, eles também perceberam que o “DNA lixo” (pedaços que eram classificados como pouco úteis e que são encontrados entre os genes “transportados” pelo RNA) passou a fazer um papel importante na regulação dos genes — especialmente por alguns acreditarem que a verdade sobre o funcionamento desse processo encontra-se exatamente nessas peças.
Além disso, eles também perceberam que o “DNA lixo” (pedaços que eram classificados como pouco úteis e que são encontrados entre os genes “transportados” pelo RNA) passou a fazer um papel importante na regulação dos genes — especialmente por alguns acreditarem que a verdade sobre o funcionamento desse processo encontra-se exatamente nessas peças.
3 – Desafiando as
leis de Newton
Ilustração mostra a luz passando diretamente
pelos materiais, efeito causado pelos metamateriais (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia
Commons)
Materiais com bizarras propriedades ópticas e que possuem características que não são encontradas em elementos da natureza. Ou, em outras palavras, os chamados metamateriais — tecnologia utilizada por físicos e engenheiros para a manipulação e orientação da luz, criando lentes que superam os limites de outras lentes comuns.Com os metamateriais, os cientistas pretendem utilizar as propriedades
ópticas não convencionais (que desafiam também as leis da física) para criar
objetos incríveis — como "capas de
invisibilidade" a partir de efeitos de camuflagem.
4 – Células
“reprogramadas” poderão criar tecidos e órgãos
Um dos grandes avanços na área da saúde está na “reprogramação” de células adultas. Com esta conquista, os cientistas conseguiram transformar células de pele ou sangue nas chamadas “células pluripotentes” — que possuem o potencial de se tornar qualquer tipo de célula existente no organismo.
reprogramadas para atuarem em outras partes do
corpo (Fonte da imagem:Reprodução/Wikimedia Commons)
Tal descoberta é um grande passo para o tratamento de doenças raras,
pois os cientistas já estão utilizando a técnica na produção de linhas de
células voltadas a determinados pacientes. Além disso, outros genes são capazes
de transformar as células da pele em neurônios ou até mesmo em células de
sangue. Outro grande objetivo deste tipo de técnica está em poder auxiliar
transplantes, criando e substituindo tecidos, células e órgãos.
5 – 9 a cada 10
células do nosso corpo são de micróbios
Há alguns anos, os
cientistas vêm aprofundando as análises quanto à interação entre os micróbios e
os nossos corpos. Aparentemente, criou-se a teoria de que eles, por fim, fazem
realmente parte de nós — já que nove a cada dez células que possuímos são
células microbianas. E isso não é algo ruim, acredite.
Nosso organismo hospeda muitos
micróbios (Fonte da imagem: Reprodução/Estadão)
Pelo que foi
estudado até o momento, apenas poucos micróbios realmente nos deixam doentes,
já que a maioria utiliza nosso corpo como “casa” e poderia ser classificada
como “bons inquilinos”. Somente no nosso intestino, existem cerca de mil
espécies de micróbios que trazem ao nosso corpo cem vezes mais genes que o
nosso próprio DNA carrega.
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