Este mês surgiram alguns casos
interessantes nos processos de coaching que aplicamos. Eles se referem a um
tema que muito nos chama a atenção: nossas emoções.
As emoções são
feitas de eletricidade e química Elas foram criadas para ajudá-lo a lidar com
as emergências e as ameaças. São causadoras de mudanças físicas bastante
previsíveis. O coração bate mais rápido e com mais pressão. O sangue flui de
forma acelerada. A glicose é liberada na circulação sanguínea para fornecer
mais energia e força. As pupilas se dilatam para receber mais luz. A respiração
acelera para receber mais oxigênio E por que tudo isso acontece? Ora, para
lutar ou fugir dos tigres de dentes de sabre. Pois é, as emoções foram criadas
para nos ajudar com o conhecido “lutar ou correr”. Elas fazem com que
temporariamente o corpo fique mais rápido e forte.
Mas isso tem um
preço. A fim de mandar mais energia para os músculos, a reação emocional
diminui os recursos destinados ao estômago (inclusive é por isso que muitos de
nós ficamos com dor de barriga quando estamos estressados) e o raciocínio (isso
também explica por que falamos e fazemos coisas estúpidas sob estresse). Apesar
de nos permitir levantar um pesadíssimo objeto sob uma determinada pessoa, não
conseguimos pensar na coisa certa a dizer numa reunião tensa. É duro, mas é uma
triste realidade para muito de nós.
Quando a reação
emocional tem início, ela precisa seguir o seu curso. Se não houver ameaça
depois que a reação começar, geralmente leva 45 a 60 segundos para a pessoa
voltar ao normal. Isto mesmo, 45’ a 60’. É por isso que sua avó sempre
dizia: conte até 10. O problema é que, nos tempos modernos, os tigres de dentes
de sabre são geralmente “psicológicos”, ou seja, nossos pensamentos também
podem causar uma reação emocional.
Eventos que
certamente não são uma ameaça física, como ser criticado, pode causar um
maremoto de emoções. Pior ainda, hoje em dia as pessoas incluem outro
componente ao “lutar ou correr” – paralisar. Acredite ou não, as emoções podem
paralisá-lo e deixá-lo sem palavras, impedindo que você lute (argumente ou
responda) ou corra (encerre calmamente a interação e parta). Desenvolver a
habilidade de combater estas reações, para ficar calmo sob pressão, é essencial
na selva corporativa que está aí fora.
Se tudo isso faz
parte do seu dia-a-dia, segue abaixo 10 dicas eficazes para colocar em prática:
- Identifique seus “pontos de ignição”. Faça uma lista das últimas 25 vezes que você explodiu perdendo a compostura. A maioria das pessoas que possuem problemas nesse campo possui de 3 a 5 “pontos de ignição” repetitivos. Crítica? Perda de controle? Certo tipo de pessoa? Um inimigo? Surpresas? Cônjuge? Crianças? Dinheiro? Autoridade? Você tem raiva de si mesmo porque não sabe dizer não? Tente agrupar 90% dos eventos em 3 a 5 categorias. Em seguida, pergunte a si mesmo porque cada um deles é um problema. É o seu ego? Humilhação? Ser pego “de calças curtas”? Os outros vão descobrir? Isto dobra a quantidade de trabalho? Em cada grupo, qual seria a reação mais madura? Treine diariamente a melhor reação mental e física até alcançar a fórmula ideal. Crie um programa no qual a cada mês você procura diminuir 10% o número de vezes em que você perde a compostura.
- Conte até 10. Seu raciocínio e julgamento não estão em sua
melhor forma durante uma reação emocional. Isso é fato, portanto crie e
pratique as táticas de adiamento a seguir: 1- Pegue um lápis na sua pasta.
2-Tome um cafezinho. 3- Faça uma pergunta e ouça a reposta. 4- Vá até o
flip-chart e escreva alguma coisa. 5- Faça anotações. 6- Imagine-se numa
situação tranquila. 7- Levante-se e dirija-se ao banheiro… Você precisa de
um minuto para se recompor depois que a reação emocional começar. Logo,
não faça ou fale nada até este minuto passar.
- Aumente o controle dos impulsos. As pessoas dizem e fazem
coisas inconvenientes quando perdem a compostura. O problema é que elas
dizem ou fazem a primeira coisa que lhes vem à cabeça. Pesquisas apontam
que, geralmente, a segunda ou terceira coisa em que você pensa é a melhor
alternativa. Procure evitar a primeira reação durante o tempo necessário
para pensar numa segunda alternativa. Pratique. Quando conseguir fazer
isso, espere mais um pouquinho para pensar numa terceira opção antes de
fazer a sua escolha. Durante esse intervalo, 50% dos seus problemas de
compostura terão desaparecido.
- Não leve para o lado pessoal. Você precisa punir as
pessoas ou grupos que o tiraram do sério? Fica hostil, com raiva, cheio de
sarcasmo ou mesmo com sede de vingança? Hummm, esse desejo de revidar não
é bom sinal… Apesar dele trazer uma satisfação temporária, o tiro pode
sair pela culatra e no final apenas fica a imagem de alguém que perde a
cabeça. Quando o atacarem, reformule a frase como um ataque ao problema
enfrentado. Jogue o argumento de volta – pergunte o que fariam no seu
lugar. Quando o outro lado tomar uma posição rígida, não a rejeite.
Pergunte o porquê – quais são os princípios por detrás da oferta, como
saber o que é justo, qual é a teoria formulada. Pense no que aconteceria
se a posição deles fosse aceita. Deixe o outro lado desabafar as
frustrações deles, mas não reaja.
- Lide de maneira construtiva com as críticas. Muitas perdas de
compostura começam com uma crítica, seja ela intencional ou não.Existem várias pessoas
perfeitas no mundo que não suportam ouvir uma informação negativa sobre si
mesmas ou sobre algo que fizeram (ou mesmo sobre o que não fizeram).
O resto de nós possui falhas das quais a maior parte das pessoas ao nosso
redor está ciente e sobre as quais, de vez em quando, acabam sendo
mencionadas. Sabemos também que, às vezes, críticas injustas acabam sendo
lançadas contra nós. Lidar de maneira construtiva com críticas é uma
habilidade que pode ser internalizada. Aprenda a observar quem ao seu redor
assumiu uma atitude defensiva ou está com raiva. Muitas pessoas com essas
posturas tem um monte de opiniões sobre o comportamento dos demais.
- Aprenda a ceder. Faz o tipo perfeccionista?
Precisa fazer tudo do seu jeito? Faz planos e espera que os outros o sigam
à risca? Tem ciúmes do seu tempo? Outra causa de perda de compostura é
quando as coisas não saem conforme o planejado. Afrouxe um pouco as suas
expectativas. Espere o inesperado. Dilate o cronograma. Leve em
consideração as demoras. Faça uma lista das piores hipóteses. Na maioria
das vezes, você vai ter uma surpresa boa e, nas outras, não vai ficar tão
frustrado assim.
- Seja objetivo. Quando você rebater um
ataque, concentre-se nos fatos e no impacto que eles tem sobre você. Não
há problema algum se tirar conclusões a respeito do impacto sobre você
mesmo (“fui pego de surpresa”). O problema é quando você aponta o motivo
dos outros (“você me pegou de surpresa”) pois mostra que alguém teve a
intenção e que você sabe o que está por detrás da atitude da outra pessoa.
Então, afirme o significado para você e pergunte aos outros quais eram as
intenções deles.
- Não coloque a carroça na frente dos bois. Você toma atitudes
apressadas? Não gosta de ambiguidade e incerteza e quer fazer alguma
coisa para esclarecer as coisas? A solução vem primeiro e a compreensão
vem depois? Não se apresse para definir o problema. Deixe os outros
terminarem de falar. Tente não interromper. Não complete a frase dos
outros. Faça perguntas para ter uma clareza maior. Parafraseie o problema
com as suas próprias palavras para alinhar-se com todos os envolvidos.
Pergunte o que eles acham. Apresente e discuta as tentativas de solução.
Aí sim decida.
- Faça uma atividade física. Encontre uma válvula de
escape para liberar o estresse. Arrume um passatempo que envolva uma
atividade física Comece a se exercitar. Corra. Caminhe. Nade. As vezes,
pessoas temperamentais são como uma panela de pressão e acabam explodindo.
O corpo guarda reservas de energia e é preciso ter a tal válvula. Tente
liberar as frustrações fora do trabalho.
- E finalmente: monitore o seu indicador interno
de pressão.
Talvez o seu pavio seja muito longo. Você espera demais, a pressão vai
crescendo, não desabafa e acaba explodindo. Tome nota sobre o que está te
preocupando e converse com algum confidente ou colegas de trabalho em que
confia sobre tais problemas antes de explodir. Se a pressão atrapalhar o
seu raciocínio no trabalho, escolha outra hora para se preocupar. Diga
para si mesmo: “vou anotar e pensar nisso quando estiver voltando para
casa”. Tente concentrar-se no presente. Sempre.
fonte: Ibcoaching
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