Pular para o conteúdo principal

DISTINÇÃO ENTRE O QUE FAZEMOS E O QUE SOMOS

O perdão é uma parte essencial de uma atitude compassiva, mas é uma virtude facilmente mal compreendida. Para começar, perdoar não é o mesmo que esquecer. Afinal, se alguém esquecer um mal que foi cometido, não sobra nada para perdoar! Em vez disso, o que estou sugerindo é que encontremos uma maneira de lidar com os atos errados para termos paz mental e, ao mesmo tempo, evitar que caiamos nos impulsos destrutivos como o desejo de vingança.
[...] parte do que é requerido é uma aceitação de que o que está feito está feito. Tanto no nível individual quanto da sociedade como um todo, é importante reconhecer que o passado está além do nosso controle. O modo como reagimos aos atos errados passados, no entanto, não está.
Como já mencionei, é vital manter em mente a diferença entre o ator e o ato. As vezes isso pode ser difícil. Quando nós mesmos ou aqueles muito próximos de nós foram vítimas de crimes terríveis, pode ser difícil não sentir ódio pelos perpetradores desses crimes. Ainda assim, se pararmos para pensar sobre isso, compreendemos que diferenciar entre um ato terrível e seu perpetrador é na verdade algo que fazemos todo dia em relação a nossas próprias ações e nossas próprias transgressões.

EM MOMENTOS DE RAIVA OU IRRITAÇÃO, PODEMOS SER RUDES COM PESSOAS AMADAS OU AGRESSIVOS COM OS OUTROS. DEPOIS, PODEMOS SENTIR REMORSO OU ARREPENDIMENTO, MAS AO RECORDARMOS DE NOSSA EXPLOSÃO, NÃO DEIXAMOS DE DIFERENCIAR ENTRE O QUE FIZEMOS E O QUE SOMOS. NÓS NATURALMENTE PERDOAMOS A NÓS MESMOS E TALVEZ NOS DETERMINEMOS A NÃO FAZER A MESMA COISA DE NOVO.

JÁ QUE ACHAMOS TÃO FÁCIL NOS PERDOAR, CERTAMENTE PODEMOS ESTENDER A MESMA CORTESIA AOS OUTROS! OBVIAMENTE, NEM TODOS CONSEGUEM SE PERDOAR, E ISSO PODE SER UM OBSTÁCULO. PARA TAIS PESSOAS, PODE SER IMPORTANTE PRATICAR A COMPAIXÃO E O PERDÃO EM RELAÇÃO A ELAS MESMAS, COMO UMA FUNDAÇÃO PARA PRATICAR A COMPAIXÃO E O PERDÃO PARA OS OUTROS.

“Beyond Religion”, loc. 842

NÓS SOMOS O OUTRO

 Não somos crianças inocentes vitimadas por um grande mundo malvado. Se nosso mundo é grande e mau, nós o fizemos dessa maneira. Isso é o que o Buda ensinou. O “outro” é um bicho-papão infantil, a projeção de nossos próprios medos em um objeto assustador de nossa imaginação, que nos aterroriza. Nossa ignorância é não ver que nós somos o outro. Não podemos nos permitir confundir inocência com essa ignorância.
A violência não é um objeto permanente, imutável e fixo. É um estado da mente, uma expressão da ignorância. Não tem mais solidez que uma nuvem. Não podemos lançar um ataque frontal na violência. Mesmo proteger a nós mesmos disso abastece sua existência de bicho-papão. Mas o Buda ensinou que podemos mudar. O perdão é uma parte essencial de uma atitude compassiva, mas é uma virtude facilmente mal compreendida. Para começar, perdoar não é o mesmo que esquecer. Afinal, se alguém esquecer um mal que foi cometido, não sobra nada para perdoar! Em vez disso, o que estou sugerindo é que encontremos uma maneira de lidar com os atos errados para termos paz mental e, ao mesmo tempo, evitar que caiamos nos impulsos destrutivos como o desejo de vingança.
[...] parte do que é requerido é uma aceitação de que o que está feito está feito. Tanto no nível individual quanto da sociedade como um todo, é importante reconhecer que o passado está além do nosso controle. O modo como reagimos aos atos errados passados, no entanto, não está.
PUBLICADO POR  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cobrança: Um breve resumo sobre prescrição de dívida.

Por Ubiratan Dib     É muito comum que tanto consumidores como profissionais da área de cobrança tenham dúvidas sobre o assunto prescrição de dívida, também popularmente conhecido como “caducar”. Vamos tentar esclarecer o assunto da forma mais didática e abrangente possível. Conforme definido pela legislação, a prescrição representa a perda do exercício de recorrer através de ação judicial – um direito que o credor tem em face ao devedor num determinado prazo. Para facilitar o entendimento, quando falamos, por exemplo, de um contrato de concessão de crédito, o prazo prescricional passa a ser contado a partir da inadimplência do devedor. E em relação ao famoso prazo de cinco anos que todos falam e comentam, ele existe mesmo? O credor não pode cobrar mais a dívida depois deste prazo? E o apontamento do nome do consumidor inadimplente, não pode ficar mais registrado nos órgãos de proteção ao crédito após este prazo? Sem dúvida, a mistura dos assuntos é a grande gerado...

EU NÃO QUERO AS MELHORES PESSOAS, EU QUERO O MELHOR DAS PESSOAS _GESTÃO DE PESSOAS.

Outro dia quando ouvi alguém mencionar em uma reunião a ideia consagrada de que as melhores pessoas trarão os melhores resultados, resolvi prestar mais atenção e pensei: Será que eu sou a melhor pessoa para a minha empresa? E se não for? Como eu vou saber? Como eles vão saber?  Estas perguntas me atordoaram um pouco até que em um diálogo com gestores de outras empresas, muitos confessaram que se tivessem de passar pelo processo seletivo dos funcionários que eles contratam, provavelmente não seriam contratados.  Por causa disso, a reflexão bateu mais forte. Caramba, estas pessoas trouxeram a empresa até aqui, construíram coisas incríveis, alcançaram desafios insanos e revelam este episódio como se não houvesse um lugar para elas. Porque apenas as melhores pessoas são queridas nesta realidade e elas não se reconhecem como sendo uma delas.  Existem as pessoas melhores para cada diferente situação.”   Fiquei pensando que se existisse uma empresa que realme...

CONHEÇA O POTENCIAL DA INOVAÇÃO ABERTA: 6 LIÇÕES PARA GERAR MAIS RESULTADOS

   Texto:  Luis Marques   Innova Consulting   Sócio Mais de 40% das ideias que chegam nas empresas mais inovadoras do mundo vêm de fora do portão. Inovação aberta é um conceito formalizado pelo prof. Henry Chesbrough, de Berkeley, que diz na prática que o “santo” de fora pode auxiliar bastante nos “milagres” da inovação. Dar ideias, melhorar processos, produtos vencedores, consumidores felizes e fiéis, são normalmente objetivos que os “santos” de casa buscam empreender para conquistar o paraíso. Mas nos dias atuais, o cliente, o fornecedor, o cidadão, o prospect, o professor universitário, estão cada vez mais interessados em contribuir com  a inovação de uma empresa . Neste trabalho em rede, a vontade de realizar das pessoas se soma a grandes resultados alcançados na resolução de problemas. Sejam simples ou complexos, grandes empresas vêm obtendo ROI’s acima de 100% em projetos que envolvem  inovação aberta . Como uma startup pode se benefic...