Para você começar esse novo ano feliz leia as dicas de Miguel Luca e evite esses pensamentos. Feliz 2014 para todos e obrigada por tornarem meu 2013 maravilhoso!
AUTOR do texto: Miguel
Lucas,Licenciado em Psicologia, exerce em clínica privada. É também
preparador mental de atletas e equipas desportivas, treinador de atletismo e
formador na área do rendimento desportivo.
1. VOCÊ FICA ANGUSTIADO ACERCA DO SEU FUTURO E
ESQUECE O CAMINHO JÁ PERCORRIDO
Antecipar
o futuro de forma angustiante é a receita para se sentir desanimado. Este mau
hábito aumenta drasticamente as chances de desistir dos seus sonhos, fazendo-o
sofrer por antecipação. Em vez de concentrar-se na sua perspectiva de futuro
catastrófica, olhe para aquilo que já conseguiu e aprendeu para que possa
organizar-se face aquilo que pretende melhorar ou atingir.
2. VOCÊ TEM MEDO DE CAMINHAR PELO SEU PÉ, SUPORTANDO-SE EM DEMASIA NOS
OUTROS
Esta é uma grande armadilha da qual você necessita
ficar atento. Ainda que possa necessitar de algum tipo de suporte para algumas
coisas ou em alguma fase da sua vida, não confunda isso com negação das suas
capacidades para atingir o que pretende. É assim que as pessoas podem enraizar
uma mentalidade de vitima, ou ficarem dependentes
de terceiros, tendo de aceitar situações que não lhes servem, como por exemplo,
permanecer num relacionamento abusivo. A verdade é que a grande maioria
das pessoas tem o poder para se propor às coisas que pretende alcançar na vida.
Mas para que se comprometa com essa ideia e passe a agir com essa crença,
primeiro precisa perceber que pode estar privando-se da oportunidade de fazer
isso acontecer. Sim, isso é exatamente o que muitas pessoas fazem. Simplesmente
não dão a elas mesmas a oportunidade de tentar pelos seus próprios meios,
levando-as a desenvolver medo de caminhar pelo seu próprio pé.
3. VOCÊ ACHA QUE SÓ IRÁ SER FELIZ QUANDO ATINGIR UM
DETERMINADO OBJETIVO
Quando focamos a
nossa felicidade no futuro, em algo que queremos alcançar para sermos
verdadeiramente felizes, podemos entrar num caminho tortuoso e miserável. “Só
vou ser feliz quando tiver o corpo perfeito.” Neste exemplo, a pessoa está a
fazer uma afirmação absolutista ancorada a um objetivo específico, remetendo
todas as outras áreas da sua vida para segundo plano. Coloca um filtro
extremamente redutor, quer em termos temporais, quer em termos de outros
objetivos alcançados ou prazeres experienciados. Nesse meio tempo, é usual a
pessoa sentir-se miserável porque o seu corpo não cumpre os padrões
pretendidos. Se este tipo de pensamento for sendo aplicado ao longo do tempo e
generalizado a outros objetivos que a pessoa se proponha, a obsessão instala-se
e a felicidade é afetada negativamente. Cuidado com este ciclo de pensamento a
que podemos chamar de armadilha da felicidade. Mesmo que a
pessoa atinja os seus objetivos, por exemplo, fique com o corpo em forma, ganhe
mais dinheiro, rapidamente se propõe a outros objetivos e encontrará novos
motivos para continuar infeliz e a sentir-se miserável.
Ainda que seja saudável e benéfico
traçar objetivos e propor-nos a novos desafios que possam gerar bem-estar e contribuir
para a nossa felicidade, é contraproducente colocar a totalidade da nossa
satisfação de vida na obtenção de um determinado resultado.
4. VOCÊ VÊ A FELICIDADE COMO ALGO EXTERIOR AO INVÉS DE ALGO
INTERIOR
Provavelmente, em comparação com os outros,
você ache que ser feliz é ter melhor currículo, ganhar mais
dinheiro, ou ter a esposa mais linda. No entanto, muitas das pessoas que não
possuem isso também são felizes. Obviamente que as nossas conquistas, conforto
e bens materiais podem contribuir para o nosso bem-estar e promover o nosso
sentimento de felicidade, mas resumi-la a isso é destruí-la. Talvez o hábito tenha
sido enraizado devido a uma sociedade extremamente competitiva, e o sentimento
miserabilista imperar para aqueles que julgam não ter o que supostamente acham
que deveriam ter. A felicidade é algo interno, na relação que
estabelecemos conosco mesmos, com os outros, com o mundo em geral e no
equilíbrio entre o que desejamos e aquilo que obtemos. É um sentimento, e você
pode senti-lo a qualquer momento. Da próxima vez que você diga a si mesmo que
primeiro precisa de algo para ser feliz: pense novamente. A afirmação que está
fazendo é racional, razoável e saudável?
5. VOCÊ NÃO CUIDA DE SI MESMO
Certamente você tem consciência de um
conjunto de atividades que deveria realizar para promover e manter a sua saúde.
Sabe que deve exercitar-se mais, comer alimentos baixos em gordura, descansar,
mas pode ter vindo a descuidar-se. Você sabe que deveria ser mais
autodisciplinado. Como resultado, pode sentir-se culpado. Um bom estado de
saúde é sem dúvida um enorme suporte para a felicidade. Sabemos disso principalmente
quando sentimos um abalo na nossa saúde. Faça o que tiver ao seu alcance para
não destruir a sua felicidade, cuidando de você mesmo. Livre-se da culpa que
pode sentir por não ter vindo a ter alguns cuidados consigo e passe à ação.
6. VOCÊ DESEMPENHA O PAPEL DE VÍTIMA
Você não precisa de queixar-se taxativamente para desempenhar o
papel de vítima na sua vida. Digamos que você “não pode” fazer isto ou aquilo,
ou acha que não consegue sem se propor a isso? Provavelmente está jogando o
papel de vítima. Pode não ter plena consciência disso, ou ter benefícios
subjacentes ao desempenhar esse papel. Por exemplo, se você está acima do peso
e sente-se vítima devido a isso, pode secretamente sentir-se orgulhoso por ir
contra as revistas que constantemente dispararam a ideia de que você deveria
emagrecer. Ou, se você está sobrecarregado, pode começar a gabar-se para os
outros acerca da quantidade de coisas que faz e tem à sua responsabilidade.
Agora que ficou mais alerta para a possibilidade de poder estar a desempenhar o
papel de vítima, pergunte a si mesmo: “Quais as vantagens que recebo de estar
na minha situação atual?” Seja honesto, e liste pelo menos sete. Você pode
ficar surpreendido. Essas supostas vantagens podem estar a prendê-lo na sua
vitimização.
7. VOCÊ FOCALIZA EM DEMASIA A SUA
ATENÇÃO NOS ERROS E NO QUE É MAU
Aquilo em que focamos a nossa atenção expande-se. Se você
desenvolveu um filtro demasiado estreito para tudo o que possa estar mal, para
os erros e fracassos, para os seus e os dos outros, certamente está a ser alvo
de estímulos negativos. Não quero passar a mensagem que não devemos prestar
atenção para aquilo que não está bem na nossa vida, ou que não devemos analisar
os erros que cometemos. Ter consciência do que acontece de negativo na nossa
vida pode ser vantajoso. No entanto, não deveremos ficar presos apenas nos
cenários negativos. O que importa fazer é analisar o que precisa de ser
melhorado, reparado ou aprendido e depois orientar a atenção e recursos para a
construção de uma solução. Ficar a ruminar nos erros ou nas coisas ruins,
alimentar tudo isso e desenvolver uma crítica negativa destruidora, nada de bom
trás à pessoa que desenvolve essa forma perniciosa de olhar a vida.
8. VOCÊ ACHA QUE AS OUTRAS
PESSOAS NÃO GOSTAM DE SI
Acredito que algumas pessoas possam não gostar. Não podemos
agradar a Gregos e Troianos. Mas acredito também que existem pessoas que gostam
de você. Se a ideia de que os outros não gostam de você paira na sua mente,
faça o exercício saudável de contestação. Faça uma lista das dez pessoas que
tem a certeza que gostam de você. Se conseguiu completar a lista, não pode
continuar a ter essa crença irrealista. Se eventualmente a ideia permanece,
perceba o que pode ter vindo a fazer para que isso aconteça. Ainda assim, as
pessoas que não o conhecem não podem ter razões para não gostar de você.
Principalmente para as pessoas que conhece pela primeira vez, você tem a
oportunidade de estabelecer uma relação sustentável e apreciativa. Se for o seu
caso, esforce-se por isso.
9. VOCÊ RACIONALIZA O SEU MAU COMPORTAMENTO
Todos nós sem exceção temos momentos na
nossa vida que se encaixam no que podemos chamar de mau comportamento. Podemos
ser agressivos nas nossas palavras, ou recorrentemente sermos injustos com
determinada pessoa, ou não prestar atenção com quem necessita da nossa ajuda.
Mas se de forma crônica nos comportamos indevidamente e racionalizamos esse
comportamento desajustado numa tentativa de proteção do ego, tornamo-nos cegos
à melhoria comportamental. Ter maus comportamentos não faz necessariamente de
nós más pessoas. Faz de nós uma pessoa que se comporta de forma inadequada,
podendo prejudicar a si mesmo e aos outros. Nesta linha comportamental não
existe espaço para o florescimento pessoal, e com isso a felicidade é
destruída. Se você percebe que tem vindo a expressar alguns
comportamentos menos bons, pondere ler o meu artigo: Não mude a si mesmo,mude
os seus comportamentos.
10. VOCÊ COLOCA A CULPA DE TUDO EM SI
MESMO
Esta estratégia de colocarmo-nos no epicentro da culpa de tudo o
que acontece de menos bom na nossa vida, apelido-a de uma fuga para o lado. A
pessoa assume que tem pouco valor, pouca habilidade ou poucos recursos e por
isso é normal que seja a culpada das coisas menos boas que lhe acontecem ou que
estão relacionadas com ela. Se é o seu caso, não se culpe a si mesmo por tudo e
por nada, só para fugir à realidade e assim ficar no seu lado confortável. A
culpa pode já ter-se tornado em algo confortável e que tem à mão para lidar com
as situações incomodas. Tente separar-se da situação e, em seguida, analise
melhor o que pode estar a acontecer e perceba se realmente é adequado culpar-se
ou se é mais benéfico perceber o que pode mudar nas suas ações ou na situação,
para que numa próxima oportunidade possa fazer melhor.
11. VOCÊ É UM REALISTA FOCADO NO PASSADO
Você acha que ser realista irá torná-lo mais objetivo, mas será
realmente um “realista” ou é um “realista focado no passado”? Pondere
sobre o seguinte: Tudo o que experimentamos hoje é o resultado do que aconteceu
ontem, na semana passada, no mês passado, etc. No entanto, podemos igualmente
considerar que o futuro é o resultado do que fazemos hoje, mais os
acontecimentos do passado. Se você se focar naquilo que pretende vir a realizar
ou a melhorar, isso passa a orientar as suas ações no presente. Ou seja, caso o
seu passado não tenha sido aquilo que mais desejava, ao invés de se condicionar
apenas por aquilo que já aconteceu, pode optar por orientar a sua vida por
aquilo que pretende que lhe aconteça. Pondere passar a orientar-se muito mais
focado no futuro. O futuro que quer ver materializado. Acredito que a sua
motivação irá alavancar e com isso caminhar mais esperançado no presente.
12. VOCÊ QUER MELHORIAS RÁPIDAS
Se você se encontra numa situação em que pretende aprender algo
que é necessário para a sua vida, ou precisa mudar algum hábito, ou instituir
uma nova rotina ou estilo de vida, e quer ver resultados imediatos das suas
ações, certamente vai deparar-se com o fracasso. Se isto tem vindo a ser
recorrente na sua vida, você está agindo com base no desespero e ansiedade. Na
verdade, é como se necessitasse muito de algo, mas não está disposto a “pagar”
a fatura com esforço da sua parte.
13. VOCÊ NÃO PRATICA A GRATIDÃO
Pense em algo na sua vida em que você
se sente feliz por ter. Faça isso. Reconheça isso. Sinta-se afortunado e grato
por ter isso na sua vida. Por vezes simplesmente ignoramos as coisas boas que
temos na vida, damos isso como garantido. Acredito que praticar a gratidão e
transformá-la num hábito é promotor de felicidade e equilíbrio emocional.
14. VOCÊ ESPERA QUE OS OUTROS SEJAM A
SUA SALVAÇÃO
Você acha que não sabe o suficiente sobre X
e precisa de alguém para ajudá-lo. Isso pode ser verdade, mas às vezes é apenas
uma desculpa para não colocar as suas mãos na massa. Você, pouco a pouco vai
deixando de responsabilizar-se pela sua melhoria de vida. Raramente é devido às
pessoas serem preguiçosas que isto acontece. É principalmente porque se acham
incompetentes, ou incapazes, ou eventualmente não querem sair da sua zona de conforto e propor-se
a novas experiências.
Então, o que você vai fazer
hoje ou esta semana para deixar de destruir a sua felicidade e aproveitar mais
a sua vida ?
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