Contrariando a visão a respeito do tempo mais aceita entre
cientistas, o físico teórico Lee Smolin defende que ele não é uma “ilusão”, mas
sim algo “real”. Em seu livro recém-lançado, “Time Reborn” (“Tempo Renascido”,
em português), Smolin explica como o tempo seria necessário para a existência
das leis do universo, e portanto mais do que apenas uma ilusão.
“O
tempo é supremo, e a experiência que todos nós temos de que a realidade é o
momento presente não é ilusão, mas a mais profunda pista que temos sobre a
natureza fundamental da realidade”, explica. De início, como a maioria de seus
colegas físicos, Smolin pensava no tempo como algo subjetivo – de acordo com a
Teoria da Relatividade de Einstein, ele é apenas mais uma dimensão, e a
percepção de que está “passando” está em nossa mente.
Aos poucos,
contudo, Smolin sentiu como se, diante das leis do universo, essa ideia de
“ilusão” não fosse suficiente. “Se leis estão fora do tempo, elas são
inexplicáveis. Se uma lei apenas ‘é’, não há explicação (…) Elas precisam
evoluir, mudar, devem estar sujeitas ao tempo”, reflete o físico. “As leis,
então, vêm do tempo e estão sujeitas a ele, e não o contrário”.
Apesar
de defender essa tese com firmeza, o próprio autor reconhece que há objeções,
especialmente o que ele chama de “dilema da meta-lei”: se as leis do universo
mudam e evoluem, é preciso que algo direcione essas mudanças, algo maior; mas,
nesse caso, esse “algo” deveria ser maior que o tempo e, portanto, estar “fora”
dele.
Admitindo que o problema existe, Smolin não deixa de
acreditar que encontraremos uma resposta para ele. “Creio que a direção da
cosmologia do século 21 vai depender da maneira correta de resolvermos o
‘dilema da meta-lei’”, diz.
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