Está crescendo dois dígitos, enquanto os gigantes
caem. O que aprendemos com eles?
Já ouviu a expressão “Pense fora da
caixa”, ou mesmo, “Saber ler o ambiente em que está inserido é fundamental”.
Nada melhor que um exemplo prático – de quem soube sair da lógica linear e
alcançou resultados exponenciais – para inspirar você empreendedor.
Você conseguiria imaginar um fast-food
que:
·
Não é rápido: a espera é de pelo menos 15 minutos;
·
Não é barato: custam 15% mais que a concorrência;
·
Não tem variedade: o menu traz apenas 5 itens;
·
Não faz ofertas nem anuncia na TV; e
·
Não tem sobremesa ou mesmo cafezinho.
Ninguém apostaria no sucesso de um
lugar assim. Mas a rede de comida mexicana Chipotle confiou no
próprio taco. E se deu bem: é o maior fenômeno atual da indústria de
restaurantes dos Estados Unidos. E toda essa explicação se resume a uma
palavra: Millennials.
Nascidos a partir de 1980, eles são
comprovadamente mais conscientes, preocupados com o meio ambiente, questões
sociais e, principalmente, com o que estão ingerindo. Nenhuma marca soube
entender – e atender – melhor este público do que o Chipotle. Cada “não” acima
é baseado em uma inquietação da nova geração:
1. Não é rápido: os ingredientes são frescos e preparados na hora.
Todas as 1783 lojas não possuem freezer ou micro-ondas.
2. Não é barato: a carne vem de produtores que criam os animais de forma natural, sem antibióticos ou hormônios de crescimento.
3. Não tem variedade: os itens são adquiridos localmente, de fazendas que não usam agrotóxico ou agridem o meio ambiente.
4. Não tem sobremesa e café: a rede prefere se concentrar em poucos produtos e entregá-los com muita qualidade.
2. Não é barato: a carne vem de produtores que criam os animais de forma natural, sem antibióticos ou hormônios de crescimento.
3. Não tem variedade: os itens são adquiridos localmente, de fazendas que não usam agrotóxico ou agridem o meio ambiente.
4. Não tem sobremesa e café: a rede prefere se concentrar em poucos produtos e entregá-los com muita qualidade.
Pesquisas mostram que os Millennials
são ambiciosos, quer lançar movimentos, influenciar pessoas e mudar culturas.
Se uma marca conseguir mobilizá-los, é certeza de propaganda garantida e
gratuita.
Chipotle tem uma legião de
seguidores, digitais e reais, que cuidam de repercutir suas ações e fortalecer
sua imagem. Quer um exemplo? Em janeiro, a empresa comunicou que 30% de
suas lojas não mais ofereceria Tortilla de porco. Porque flagraram um
fornecedor maltratando os bichos, e romperam imediatamente o contrato.
O que normalmente geraria reclamações
– a falta de um produto – gerou milhões em mídia espontânea. Uma avalanche de
manifestações de apoio e admiração invadiu as redes sociais.
Graças a essa forma inovadora de
atuar, Chipotle cresceu 28% em 2013 e 2014, num segmento que enfrenta crescente
rejeição. O McDonald’s, por exemplo, no mesmo período encolheu 2%. Chipotle é
um claro exemplo de oportunidade disfarçada nas mudanças.
E por falar em mudança, sabe qual a
principal diferença entre o marketing do Século XX e do XXI? Antes, bastava
oferecer sabor, porções generosas e publicidade poderosa.
ATUALMENTE
TÃO IMPORTANTE QUANTO O QUE VOCÊ FAZ É O QUE DEIXA DE FAZER ISSO DEMONSTRA SUA
FILOSOFIA. PRINCÍPIOS E VALORES. O PRATO PREFERIDO DOS NOVOS CONSUMIDORES.
Curiosidade: Apesar de não anunciar
ofertas na TV, esporadicamente Chipotle produz comercial. O primeiro deles, de
2012, traz o conceito da marca numa animação primorosa. Conquistou apenas o
prêmio máximo da propaganda mundial: Grand Prix do Festival de Cannes. Deguste
com um burrito.
Carlos Domingos é
publicitário e fundador da Agência Age
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