Muitos
especialista acreditam que entender melhor sobre o funcionamento do
cérebro pode ser um boa estratégia para o desenvolvimento profissional;
entenda os motivos.
Existem cientistas que estão sempre em busca de soluções para prevenir
ou curar doenças degenerativas e eles não são os únicos a desfrutar das
descobertas da neurociência. Começa a ganhar corpo no Brasil o chamado
neurocoaching, prática que alia as técnicas de coaching com o estudo de como o
cérebro funciona.
Segundo este novo conceito acredita que a lógica de trabalho do nosso
sistema nervoso pode influenciar muitas de nossas atitudes e entendê-la
pode ser útil para o desenvolvimento pessoal e profissional.
A importância do treino, os mecanismos que levam o stress e
até a necessidade de ter boas noites de sono são algumas das pontes possíveis
que a neurociência pode fazer com sua carreira.
Confira algumas delas, segundo Carla Tieppo, professora da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora na área
de neurociências.
1 Durma
Passar dias e noites insones para tirar um projeto do papel ou cumprir
um prazo, além de cansativo, pode prejudicar seu desempenho. Dormir, segundo a
especialista, aumenta a capacidade de memorização, atenção e concentração.
Para os dois últimos itens, a razão é simples: o cérebro precisa de
energia e o sono é o melhor meio para recuperá-la. “A vigília só pode ser
mantida se o sono estiver em dia”, afirma Carla.
Quem dedica 8 horas do dia ao sono, experimenta entre cinco e seis
episódios do chamado sono R.E.M. “São nestes períodos que as memórias e
aprendizados são consolidados”, diz a neurocientista. “Quanto menos sono, menos
tempo mergulhado neste sono”. Resultado? Menos capacidade de memorização e,
segundo a especialista, condições para aprender.
A regra é válida até para quem afirma se sentir revigorado mesmo após
poucas horas de sono. “Quem dorme entre quatro e cinco horas têm mais chances
de desenvolver quadros de stress e doenças cardiovasculares”, afirma.
2 Não descarte as emoções
Engana-se quem pensa que, na hora de decisões profissionais, o que você
sente deve ser colocado de escanteio. De acordo com a especialista, quando bem
gerenciadas, as emoções podem ser guias valiosos para as escolhas.
“As experiências de uma pessoa são traduzidas em sinais emocionais que
se acumulam”, diz Carla. “Um animal que foi quase atacado por um predador quando
estava na beira de um lago, não irá se lembrar do episódio quando retornar ao
local, mesmo assim, ele não vai querer ficar ali”, exemplifica.
É a isso que a sabedoria popular chama de intuição. E apesar do tom
abstrato (e até fantasioso) que este termo pode ter, a intuição nada mais é do
que o aprendizado que tivemos no passado traduzido em “marcações emocionais”.
“Saber ler suas emoções faz com que elas não tomem conta de você. Faz
com que você as transforme em algo que pode ser manipulado pela razão”. E,
portanto, um dado útil para a hora de tomar decisões.
3 Desenvolva (bons) hábitos
A excelência em suas atividades profissionais só será conquistada se
você treinar. “Ela não vem por um passe de mágica”, diz a especialista. “Você
só vai ser disciplinado se todo dia de manhã se comprometer com a disciplina”.
E não adianta teimar na história de que você nasceu assim e será sempre
assim. “O conceito de neuroplasticidade mostra que todo mundo pode se
modificar”, afirma Carla. “Tudo é possível, basta que você crie o hábito”.
Segundo a especialista, para “economizar” energia, o sistema nervoso
possui alguns sistemas automatizados. Esta reação automática é o seu hábito.
Para explicar o conceito, Carla compara um novato na cozinha e alguém
que já está acostumado a cozinhar. De acordo com ela, o segundo irá gastar
menos energia do que o primeiro. Motivo? “Ele já tem tudo automatizado”, diz.
Por isso, não basta apenas recitar palavras positivas (que até podem
ter, segundo especialista, um efeito de motivação importante). É preciso
praticar, treinar, se comprometer com a formação do seu novo hábito.
4 Ame o seu trabalho (ou crie um sistema de recompensas)
Os autores de autoajuda estão certos quando sugerem que pessoas bem
sucedidas são apaixonadas pelo próprio trabalho. “A motivação é a base
emocional que provoca o comportamento”, diz. “O aumento da dopamina faz com que
seu sistema seja guiado para a ação”, diz.
Agora, se a paixão pelo trabalho não faz parte da sua história
profissional, a dica da especialista é retardar a sua recompensa. Projete para
o futuro algo que motiva você e que depende do que você vive hoje para ser
realizado.
5 Estabeleça metas possíveis
Todo mundo, em medidas diferentes, tem problemas e desafios. Quando
conseguem encará-los e solucioná-los, “estas pessoas se tornam heróis das
próprias vidas. Elas chegam em casa cansados mas recompensados”, descreve
Carla.
O problema está quando o desafio é maior do que sua capacidade de
suportá-lo. A crise é ter problemas e não conseguir sair deles. É ser incapaz
de, naquele momento, se adaptar às situações.
Nestas circunstâncias, o stress é a reação óbvia do organismo. “Quando
um predador está por perto, o animal que sobrevive é o que consegue fugir ou
lutar. Por isso, o sistema nervoso desenvolve esta resposta para que mais
sangue seja direcionado para seus músculos e cérebro, para estimular seu corpo
a responder àquela situação”, diz. A dica é negociar metas possíveis
diante do seu contexto de trabalho.
6 Pratique exercícios físicos
“Os exercícios físicos desafiam seu corpo, estimulam a recuperação (você
sente fome e sono). Eles ajudam até a aumentar a sua capacidade cognitiva
porque elevam o suprimento sanguíneo para o cérebro”, enumera a especialista.
“Cada vez que você faz uma atividade física é como se você sinalizasse para o
seu corpo que você está, que você dá conta dos próprios desafios”
Fonte: Exame

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