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Qual é a diferença entre treinamento e desenvolvimento de RH?


Infelizmente, a maioria dos profissionais de treinamento e desenvolvimento não sabem
diferenciar um fundamento de sua atuação: a diferença entre uma coisa e outra.

Assim, é comum que se enfatize a necessidade de treinamento, mas esqueça-se do
elemento básico da validade das ações de treinamento, que é o desenvolvimento.

De maneira sucinta, pode-se caracterizar tais elementos da seguinte forma:

Treinamento – Trata-se de ações didaticamente dirigidas ao aperfeiçoamento de
competências e habilidades de pessoas, através da elaboração
de programas cujo objetivo é inferir positivamente em tais áreas, levantando previamente
as necessidades, enfocando-as através de uma metodologia didaticamente válida e
mensurando, posteriormente, os graus de aproveitamento e prática de tais instruções, com
 ganho de desempenho e motivação  para a empresa e o próprio indivíduo.

Porém, uma das maiores falhas dos programas de treinamento da maioria das empresas
 é a chamada prática pontual, isto é, a ação episódica no  treinamento, em que as
necessidades de aperfeiçoamento de competências e habilidades não são atendidas de
 forma sistêmica, mas apenas esporadicamente e sem continuidade.

Tal prática é altamente nociva, pois além de não tornar o investimento efetuado em
ganho permanente para a empresa, desmotiva os treinandos e, em suma, traz descrédito
para o profissional de treinamento, que se vê tolhido em “atacar” efetivamente os
 problemas detectados nas diversas equipes.

Assim, é fundamental que os programas de treinamento sejam planejados e executados
de forma continuada, proporcionando o desenvolvimento efetivo dos recursos humanos
da empresa.

Por conseguinte, podemos caracterizar o desenvolvimento como a ação instrucional
continuada de aperfeiçoamento de conhecimentos, habilidades e competências, em
 consonância com os objetivos estratégicos da empresa, em determinada faixa de tempo.

O desenvolvimento caracteriza a execução de treinamentos em etapas seqüenciais,
 modulares ou interligadas, dentro de um mesmo objetivo, dosando os graus de investimento,
dando tempo para a incorporação progressiva das instruções e gerando uma expectativa
positiva para os recursos humanos, na medida em que se sentem direcionados ao
crescimento permanente.

Pare um instante e analise o quanto, em termos de tempo, dinheiro e energia está sendo
 gasto com ações de treinamentos desamarradas, que não tem continuidade e, muitas
vezes, não traduzem as necessidades reais da empresa quanto aos seus objetivos
 estratégicos.

É hora de repensar os programas de treinamento e otimizar os investimentos em pessoas,
 aliás a chave para um crescimento empresarial sustentado.

Assim, recomendamos a verificação de alguns pontos fundamentais:


1- Como os clientes internos estão enxergando as necessidades de treinamento de suas
equipes, em conexão com os objetivos estratégicos da empresa?
2- Tais necessidades focam o desenvolvimento de competências e habilidades?
Ou são apenas formas de “motivar” temporariamente os funcionários?
3- Tais necessidades podem ser dimensionadas em programas que visem um
desenvolvimento eficaz do funcionário, de modo permanente?
4- Qual é o grau de acompanhamento efetivo dos treinamentos já realizados, de modo a
 medir-se a eficácia dos investimentos empresariais?

Num país como o nosso, tão carente de mão de obra especializada, não podemos nos dar
 ao luxo de jogar dinheiro fora. Cada centavo investido precisa prever um retorno para a
empresa, que a torne mais ágil, mais competitiva e melhor aparelhada para enfrentar as
dificuldades de mercado.

Se você é um profissional de treinamento, aja de imediato, antes que a concorrência
descubra uma forma mais eficaz de desenvolver pessoas.

Sergio Luiz de Jesus


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